A felicidade deve depender o mínimo possível de coisas externas
Muitas vezes nos convencemos de que a felicidade reside em ter mais — mais grana, mais poder, mais reconhecimento. Nós colocamos o foco na casa perfeita, no carro do ano, no auge da carreira, no parceiro ideal. A lista de “obrigações” é praticamente infinita. A verdade brutal (pelo menos para maioria das pessoas) é que essas coisas podem ser boas de se ter, mas não são o que realmente preenchem o ser.
Durante séculos, os mais sábios entre nós ecoaram isso. Em Meditações, Marco Aurélio nos lembra de que é preciso muito pouco para fazer uma vida feliz.
Em seu Manual, Epicteto dizia que a essência da filosofia é que o homem deve viver de tal forma que a sua felicidade dependa o mínimo possível das coisas externas.
Nas Santas Escrituras, Paulo de Tarso dizia que aprendeu a viver e a lidar com qualquer situação, fome ou abundância, pobreza ou riqueza. Ele sabia que o que o preenchia estava para além do que a matéria ou a experiência trivial pode gerar no coração humano.
Isso me leva a uma reflexão: Então, o que realmente importa? O que permanece quando tiramos todo o supérfluo? Não são os bens, mas a forma como vivemos, como pensamos e com quem nos conectamos.
A autenticidade de ser quem se é
A felicidade não vem de conquistas que podem ser exibidas, do seu próximo nível ou status. Ela está numa vida vivida em coerência com os próprios valores. É por isso que os homens que souberam viver e fizeram os seus nomes na história mediante suas posturas diante à vida nos encorajam a cultivar virtudes, a manter a paciência e a firmeza. Essas qualidades não dependem de circunstâncias externas; elas nascem de dentro.
Pense em um pássaro assobiando às 5h da manhã. Ele não precisa de aprovação, nem de um motivo pra fazer isso. Ele canta porque é da sua natureza. Assim também deveria ser a busca por felicidade e verdade: algo natural, intrínseco, livre de expectativas externas (para o seu bem, sugiro que se livre delas o quanto antes).
A verdade é que quanto mais olhamos para fora em busca de felicidade, buscando a verdade oculta, mais nos distanciamos delas. Paradoxalmente, o caminho para uma vida plena está no agora. Está na mudança de perspectiva das coisas. Está no olhar para dentro.
É mágico perceber que a felicidade está ao nosso alcance agora, não no próximo objetivo, no próximo elogio, no próximo cargo, na próxima fase, amanhã ou num futuro distante.
Ela está aqui, neste momento, neste suspiro, nesta oportunidade de viver com autenticidade, propósito e virtude. Quando deixamos de correr atrás do que não temos e passamos a valorizar quem já somos, encontramos sentido nas coisas da vida.
Tire um tempo para ler biografias de bilionários. A de Steve Jobs, por exemplo, é instigante. Ele tinha uma relação complexa com dinheiro e sucesso. Apesar da enorme fortuna, frequentemente minimizava a importância da riqueza material em comparação com a busca por propósito e impacto.
Existem coisas que o dinheiro, o sucesso profissional, o reconhecimento e os elogios não podem oferecer: Autenticidade de ser quem se é.
Você não é o que faz, não é o que um diploma pendurado diz ou a quantidade de dígitos em seu banco. Tudo isso é bom, mas é olhando pra si e principalmente pra quem te criou que as coisas começam e terminam fazendo sentido.
Santo Agostinho, em Confissões, dizia que procurava a Felicidade fora de si, enquanto ela estava ali, dentro dele, o tempo todo.
Espero que você também encontre o seu caminho quando olhar com clareza para as coisas que realmente importam ao seu redor. Obrigado por me acompanhar até aqui :)