Você não precisa ser extraordinário. Ser ordinário vai te salvar.
O ordinário é tão óbvio que chega a ser invisível. O que torna a vida difícil, na real, não é a falta de oportunidades, inteligência ou talento. É a nossa capacidade quase patológica de ignorar o ridículo, o óbvio.
Qualquer pessoa consegue se adaptar a viver uma vida automática. Comer Ifood todo dia, maratonar séries da Netflix, passar a madrugada rolando no feed de reels (que aposto nem vai se lembrar do último que viu). Tudo isso é fácil, instantâneo, anestésico. E pior: confortável. A sociedade praticamente te programa para achar que esse é o “equilíbrio da vida”.
Agora, tenta sair desse loop. Tenta dizer "não" para o doce, levantar o traseiro do sofá e suar a camisa em um treino que parece castigo. Tenta passar horas lendo um livro denso ou assistindo uma aula sobre uma habilidade que exige atenção e paciência. Isso é difícil. Isso é contra a corrente. Mas é isso que te diferencia.
O ordinário é subestimado. Por isso funciona.
Se alimentar bem, treinar exaustivamente com consistência, dormir direito (pelo menos umas 6h), ler coisas que ampliam a sua visão — tudo isso é tão óbvio que parece banal. Mas é exatamente por ser banal que ninguém faz. Porque o ordinário exige algo que os moderninhos detestam: esforço e disciplina.
O massa disso tudo é que não precisa ser um gênio para se destacar. Hoje em dia, ser disciplinado já é ser extraordinário. No meio desse mar de "moderninhos manipulados" até a mediocridade comprometida parece genialidade. E é aqui que está o ponto: a mediocridade comprometida vence a genialidade preguiçosa todos os dias da semana.
É claro que você pode falhar, se desviar. Você vai procrastinar alguma hora. Mas é o retorno constante ao ordinário — ao esforço, ao básico bem feito — que te mantém no jogo. Porque no fim do dia, a vida não é sobre extraordinários. É sobre o que você faz no dia a dia, no silêncio, sem plateia.
Então, se você está esperando um evento miraculoso, um insight ou uma inspiração divina para mudar de vida, esqueça. A mudança não está no extraordinário. Está no ordinário que você tem ignorado. A sorte que você acha que não tem está na porcaria do trabalho que você deixou (e continua deixando) pra amanhã.
Se comprometa com o que parece pequeno e sem graça, mas que, com o tempo, acumula. No fim das contas, ser "extraordinário" não é vencer o mundo em um único golpe. É ter a coragem de vencer a si mesmo todos os dias, nas pequenas batalhas invisíveis. E isso, meu amigo, é algo que qualquer um pode fazer.
Obrigado por ler até aqui :)